1) Matéria publicada na ZH de domingo sobre o posicionamento dos candidatos à prefeito em relação aos moradores de rua. Sempre a mesma jornalista, que insiste em utilizar as palavras "constrangimento" e "extorsão" para se referir a essa parte da população.
Incrível a declaração do candidato Carlos Gomes, que acredita que tais pessoas deveriam ser retiradas à força das ruas, já que não é correto que "40 ou 50" seres fiquem constrangendo os cidadãos. Além de demonstrar uma postura autoritária, prova que é um ignorante, já que não sabe que na cidade que pretende governar existem mais de mil pessoas em situação de rua.
E mais: Maria do Rosário reforça a representação social dominante sobre os sem-teto ao dividí-los em dois grupos, os que apresentam algum distúrbio psicológico e os que andam armados e são ameaça. São, portanto, problema de internação psiquiátrica ou de prisão pela Brigada Militar. E só. Não apresenta nenhuma proposta sobre melhoria dos abrigos, sobre continuação do Programa de Reinserção à Atividade Produtiva (RAP), sobre mais respeito das polícias com esses sujeitos. Seu comentário desconsidera a diversidade de motivos que leva os indivíduos para as ruas e os faz ali permanecer e os reduz a duas categorias estereotipadas.
2) Entrevista com Maria do Rosário publicada hoje em ZH. Questionada sobre "o pior de Porto Alegre", responde: as pessoas que vivem na rua.
Não poderia ter me deixado mais triste.